segunda-feira, 23 de março de 2009

poema quente de amor

Eram beijos de fogo, eram de lavas,e sabiam a sonhos e ambrosias.Como pensar que a boca com que os davaera a mesma afinal com que mentias?Se eras as mais humilde das escravasem dádivas, anseios, alegrias,- como prever que o amor que me juravasseria mais uma das tuas heresias ?Como supor ser tudo um falso jogo?E crer que se extinguisse aquele fogoque acendia em teus olhos duas piras?E descobrir, - no instante em que me amavas, -que em tua boca ansiosa misturavasao mesmo tempo beijos e mentiras ?Eram brancas as mãos, brancas e puras,mãos de lã, de pelúcia, mãos amadas...Como prever, vendo-as fazer ternuras,que nas unhas traziam emboscadas ?Era tão doce o olhar... em conjeturasfelizes, e em promessas impensadas...Como enxergar, portanto, as amargurase as frias traições nele guardadas ?Como pensar em duas, se somenteuma eu tinha em meus braços, e adorava,e a outra, - uma impostora, - se mantinha ausente.E, afinal, como ver, nessa alegria,que o amor que tanta Vida me ofertavaseria o mesmo que me mataria ?( Poema de JG de Araujo Jorgeextraído do livro Epera- 1960 )

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